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Juventude Bilíngue
A Juventude Bilíngue – CONSTRUINDO O FUTURO POR MEIO DA LÍNGUA
Na definição do dicionário Aurélio, “bilíngue” significa utiliza regularmente duas línguas por indivíduo, ou comunidade, como resultado de contato linguístico. Mas, se aplicado na vida, o significado da palavra vai além. Falar inglês deixou de ser considerado luxo, transcende o turismo e agora integra o perfil do profissional, por mais jovem que ele seja. Aliás, entre os jovens, quem não entende ou não fala mais de uma língua fica fora não só das oportunidades no mercado de trabalho, mas também da vida social virtual e do entretenimento que a internet pode trazer. Hoje em dia, essa juventude bilíngue é bombardeada por games, músicas, notícias e muitos outros fatores nos sites e redes sociais mundiais. Dentro desses meios procuram lazer e pessoas com interesses comuns.
Por isso, a segunda língua ajuda aquele que vive na geração da globalização, tanto para o entretenimento, quanto para manter-se no mercado de trabalho e é importante nas questões sociais. Falar duas línguas pode ter efeitos na vida social, cultural, acadêmica e profissional das pessoas, além de determinar a personalidade e causar resultados diferentes daqueles vistos no cérebro dos monolíngues. Ser fluente em um segundo idioma tem impacto profundo sobre o comportamento. O bilíngue tende a ser mais atento, paciente e sensível a diferentes situações linguísticas do que o monolíngue. Isso porque há um constante monitoramento das duas línguas diante de condições adversas. Ao se ouvir uma música em inglês, por exemplo, uma criança que tem noção da língua inglesa consegue traduzir partes cantadas para o português em apenas alguns segundos, de forma espontânea.
Para entender essa questão, a americana Susan Ervin-Tripp, da Universidade de Berkley, na Califórnia, estudou a questão do bilinguismo na década de 1960 e os resultados levaram à conclusão de que aqueles que falam duas línguas utilizam dois canais mentais, um para cada idioma, como se existissem duas mentes diferentes dentro do mesmo cérebro. Deste modo, crianças que falam duas línguas (bilíngue) desenvolvem mais rapidamente o que se chama “controle inibitório”. Enquanto falam um idioma, elas naturalmente inibem o outro e isso pode auxiliar quando têm muitos estímulos e precisam se focar em apenas um deles.
Por isso, é normal que, uma vez ou outra, a criança confunda algumas palavras entre os dois idiomas. A princípio, esses casos são comuns, principalmente quando as línguas apresentam palavras semelhantes, como o inglês e o português. Em um primeiro momento, é de espantar que duas línguas tão diferentes possam apresentar ortografias parecidas. São os falsos cognatos. Estes podem confundir com facilidade a pessoa que está em processo de aprendizado na língua inglesa. Por exemplo, a palavra “competição” em português, significa “disputa”, enquanto “competition”, em inglês, quer dizer “concorrência”.
Mas essas dificuldades vão desaparecendo com o tempo. Se estimulado desde a infância, o inglês, idioma “universal”, pode abrir portas para o futuro. A criança aprenderá a língua de forma mais natural, e ao chegar à adolescência, terá mais facilidade em ser fluente. Nessa fase da vida, começam as escolhas por carreiras e a introdução no mercado de trabalho.
Atualmente, há a necessidade de se dominar mais de um idioma para a vida profissional. Marcia Moraes é Ph. D em Educação e atua na área de bilinguismo, além de ser professora e coordenadora de pós-graduação e pesquisa na Faculdade CCAA. A pesquisadora afirma que o jovem fluente em uma segunda língua tem mais chances de acesso ao mercado do que o monolíngue. “Precisamos pensar em que tipo de mercado de trabalho nós vivemos hoje. As empresas querem profissionais que sejam híbridos, ou seja, aqueles que, além de conhecer bem suas especializações, tenham um conhecimento geral muito bom, inclusive no inglês”, explica. Márcia também destaca que ter apenas noções da língua inglesa não é o suficiente. O jovem precisa ter proficiência e saber usar a língua estrangeira em diversas situações. Hoje em dia, o idioma está presente não só no meio profissional, mas em todo lugar. A prática da segunda língua é essencial, porque sem ela, o jovem não consegue conhecê-la de maneira completa.
Para fazer parte realmente juventude bilíngue, é preciso ir além das aulas e expandir seus conhecimentos. As horas de lazer podem ser uma grande ajuda para a carreira profissional, por isso, Márcia recomenda que a pessoa veja filmes sem legenda, leia livros não traduzidos e se relacione com pessoas em inglês. “É ir além da aquisição da língua”, declara. Ter um segundo idioma no currículo pode ser crucial para a escolha e permanência de um profissional. O número de empresas multinacionais no país é gigantesco e as redes sociais encurtaram o caminho entre o Brasil e outras nações. Por causa desses fatores, o profissional que não é bilíngue tem uma chance muito menor de conseguir permanecer no mercado de trabalho.
O que acontece no meio profissional é uma espécie de reciclagem. A atualização e a aquisição de novos conhecimentos são importantes para quem não quer ficar para trás. “As pessoas costumam a achar que um diploma de graduação é suficiente. O acesso para o ensino superior é muito grande e o que difere um profissional do outro é o preparo que ele recebe. Ser bilíngue é um diferencial muito acentuado”, esclarece a mestre em Educação. Marcia acha interessante a introdução da língua inglesa logo no maternal, mas chama a atenção para o modo como isso é feito. Para que a criança receba dois idiomas diferentes desde muito cedo, é preciso que esse aprendizado seja muito bem orientado.
“A aquisição da língua inglesa pode ocorrer em qualquer fase da vida. Mas quanto mais cedo, melhor. Porém, a escola tem que ter cuidado de orientar bem a criança nessa alfabetização, para não atrapalhar a escrita na língua portuguesa. E é preciso ter prática dessa segunda língua em todas as matérias e lugares, e não separadamente”, lembra. Por exemplo, quando o aluno aprende inglês até na Matemática, ele, de fato, está caminhando para ser bilíngue. Ensinar o Inglês como disciplina separada das outras matérias não faz com que o aluno seja proficiente. A criança precisa do Português para entender História e Geografia e, ao se alfabetizar em inglês, precisa utilizar a língua também nessas ocasiões.
É o caso de Lucca Mazza, de 21 anos, estudante de Direito na Universidade Federal Fluminense (UFF). O jovem começou a estudar inglês aos 7 anos, incentivado por seus pais. Hoje é fluente na língua e faz parte da Juventude bilíngue, já viajou duas vezes para os Estados Unidos sem encontrar dificuldades com o idioma. Além disso, está fazendo intercâmbio na Áustria, onde a língua oficial é o alemão. Lá, o jovem tem aulas ministradas em inglês, mesmo não sendo o idioma falado oficialmente no país. “Na Europa o inglês funciona como uma segunda língua. A dificuldade com o alemão no dia a dia para mim é natural, mas espero conseguir me virar”, admite. Para Lucca, o inglês traz vantagens não só no meio acadêmico, mas também no profissional. “Para quem almeja grandes carreiras, ou até mesmo empregos menos procurados, o inglês vem se tornando cada vez mais imprescindível.
Quando um empregador tem dois currículos na mão e ele precisa preencher uma única vaga, o candidato com fluência em inglês ou em outra língua estrangeira terá um grande salto de vantagem à frente do outro”, esclarece. Seguindo o mesmo pensamento, Rafael Guimarães, de 20 anos, também aponta para as facilidades que o inglês traz para o mercado de trabalho. “Isso sempre vai pesar mais no seu diploma, independentemente de sua carreira. Hoje em dia, em todas as áreas, o inglês, por ser uma língua universal, está presente na rotina. Isso faz com que as empresas procurem alguém que esteja preparado para lidar com isso”, diz o estudante de Publicidade e Propaganda. Rafael também teve o Inglês presente desde a infância. “Eu estudava a língua inglesa e sempre ouvia músicas em internacionais lendo a letra e tradução, então sempre fui praticando. Em 2012 fui para os Estados Unidos e tirei a prova de que realmente sabia a outra língua”, conta.
Seja como for, é importante ressaltar que aprender inglês, seja na infância ou na juventude, pode alavancar a vida de alguém, tanto socialmente, quanto academicamente ou profissionalmente. A Pessoa bilíngue tem vantagem sobre outras que não tem a mesma habilidade, perdendo espaço no mercado detranalho. Atualmente, com a globalização e o mundo virtual, é cada vez mais necessário estar conectado e antenado sobre o que acontece em outros países. Os jovens de hoje têm as ferramentas necessárias para o conhecimento e entretenimento tecnológicos. As redes sociais, os e-mails, portais de notícia, sites de jogos, séries, vídeos e filmes fazem parte do cotidiano de uma juventude cada vez mais global e multicultural que busca uma conexão com pessoas de interesses comuns. Por isso, o inglês, é peça fundamental para a socialização.
E então, prontos para fazer parte da Juventude Bilíngue?
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