Namoro pós- tecnologia

O namoro após a globalização

A internet e a tecnologia estão transformando os relacionamentos interpessoais. O mundo anda muito acelerado e não temos tempo para nada. A comunicação é instantânea, falamos via celular ou tablet, na verdade, escrevemos mais do que falamos. É tudo em tempo real e desta forma, as barreiras físicas se dissolvem. Pessoas em países diferentes podem se comunicar, vivemos em um mundo global. Temos que ter entretenimento a todo tempo, precisamos rir de algo e ter informações instantâneas. Acompanhamos guerras, terremotos e catástrofes em tempo real. Lutamos pela fama virtual, por visualizações, estamos em busca de uma popularidade em um mundo de fantasia. Na internet, você pode ser quem quiser e agir como tal, pode colocar qualquer máscara e viver em um mundo diferente do seu. A internet é um local livre e muitas vezes anônimo, o que propicia a propagação de crimes virtuais ou pedofilia. Desta forma, o ambiente familiar se vê frágil em relação aos perigos da rede.

Os programas de mensagens instantâneas se proliferam, mas como isso interfere na vida familiar? Pais e filhos conversam apenas por mensagens? Cada vez há menos tempo para as conversas entre pais e filhos e desta forma, o namoro vai se tornando vazio. Você curte a foto do seu filho, comenta e compartilha, mas e na vida? Como é a sua relação com ele? As mudanças no namoro  ocorre não apenas na família, mas em diversas Instituições. Assim, a tecnologia pode interferir até na escola, se antes o professor era o principal elemento, hoje já se faz conteúdo pedagógico, por meio de jogos, por exemplo. A tecnologia pode fazer com que sejamos mais isolados: amigos virtuais, compras pela internet, jogos online, fazemos tudo pela internet. No mundo virtual podemos pagar contas, marcar consultas, pegar resultados de exames e até arranjar um namorado. Mas, é preciso colocar os pés no chão e ver que aquele mundo não é o real, que temos relacionamentos (não apenas namoro) e precisamos interagir com pessoas e não com máquinas.

Até em momentos de união como um almoço ou um jantar, nos isolamos respondendo a um SMS, curtindo uma foto… A tecnologia veio para tornar o mundo mais prático, mas não devemos errar a dose. Muitas pessoas se tornam viciadas e você nem consegue se comunicar com elas, afinal a rede social está mais interessante. Naturalizamos todos esses comportamentos e quem não possui um smartphone se torna um excluído. A tecnologia criou novos paradigmas e temos que saber lidar com eles. Se por um lado posso mandar uma mensagem para o meu médico e ser respondida na hora ou ver um parente distante pela webcam, também posso compartilhar um vídeo e acabar com a vida de uma pessoa ou posso deixar meus filhos expostos a conteúdos inadequados. Neste contexto, a tecnologia é vilã ou mocinha? Derrubou ou criou mais fronteiras? A internet e a tecnologia devem criar uma forma de comunicação, mas não substituir a que existe. Só assim, a rede irá agregar e não fazer com que as relações se tornem frias e mediadas por uma máquina. Um namoro/relacionamento deve ser um local de afeto e união, que depende de contato, aproximação e isso nada substitui.

Namoro pós- tecnologia.